junho 01, 2010



uma história contada por George Steiner:

No tempo de Brejnev havia uma jovem mulher russa numa universidade, especialista em literatura romântica inglesa. Essa mulher jovem foi metida numa cela, sem luz, sem papel, nem lápis, na sequência de uma delação idiota e completamente falsa. Sabia de cor o Don Juan de Byron (trinta mil versos, ou mais). No escuro põe-se a traduzi-lo mentalmente em rimas russas. Quando sai depois de ter perdido a vista, dita a tradução a uma amiga: é hoje a maior tradução russa de Byron. 
Conclusões de Steiner: (1) o espírito humano é totalmente indestrutível; (2) a poesia pode salvar o homem; (3) a linguagem e a realidade mantêm uma relação que as liga; (4) devemos sentir uma grande alegria (retirado do livro "Barbárie da Ignorância, a transcrição das conversas de Steiner e Antoine Spire entre 1997/98, na radio France Culture)

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