o poeta apaga a superfície para que o verbo surja
o poeta é mulher-a-dias da casa do verbo,
sem ordenado, décimo terceiro mês, ou subsídios
o verbo não lhe dá férias, nem descanso
arrebata-lhe os sonhos e fá-lo dormir acordado
o ego é lixívia para o verbo
quando aquele se entorna o verbo desaparece
só usa produtos ecológicos para não intoxicar o verbo
o ego é dado a paixões incendiárias,
que reduzem o verbo a cinzas
líquido se derrama sobre o vaso de terra fértil
onde o verbo germina na varanda do sol
no final,
o poeta morre para que o verbo nasça
é a sua paixão
Sem comentários:
Enviar um comentário