abril 28, 2011





se uma criança antes de nascer pudesse escolher entre uns pais toxicodependentes, com domicilio num albergue da CML... ou um casal de músicos, ele maestro, ela cantora lírica, a viverem em montemor-o-novo, numa casa rústica no meio do campo... só escolheria os primeiros se o seu cérebro estivesse totalmente em branco, sem quaisquer referências... se, em vez disso, a sua escolha fosse precedida de um pequeno breifing em jeito de ted talk, com projecção de imagens e tudo, não haveria dúvidas quanto ao resultado; se não temos escolha, se estamos condicionados à nascença, maior é o nosso dever, enquanto "filhos de músicos", para com aqueles a quem calhou o outro destino; no início não há culpados, só gente com mais ou menos sorte; a meio caminho, os braços cruzados são sinal de indiferença, olhos fechados, coração trancado; a meio caminho a ferida do outro é minha ferida, quer eu queira quer não; de uma forma ou de outra vou ser infectado; curemos as nossas feridas antes que nos amputem os membros! 


(a expressão ferida do outro é o título de um livro de um professor de economia italiano, Luigino Bruni, publicado em português pela editora Cidade Nova )





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