se uma criança antes de nascer pudesse escolher entre uns pais toxicodependentes, com domicilio num albergue da CML... ou um casal de músicos, ele maestro, ela cantora lírica, a viverem em montemor-o-novo, numa casa rústica no meio do campo... só escolheria os primeiros se o seu cérebro estivesse totalmente em branco, sem quaisquer referências... se, em vez disso, a sua escolha fosse precedida de um pequeno breifing em jeito de ted talk, com projecção de imagens e tudo, não haveria dúvidas quanto ao resultado; se não temos escolha, se estamos condicionados à nascença, maior é o nosso dever, enquanto "filhos de músicos", para com aqueles a quem calhou o outro destino; no início não há culpados, só gente com mais ou menos sorte; a meio caminho, os braços cruzados são sinal de indiferença, olhos fechados, coração trancado; a meio caminho a ferida do outro é minha ferida, quer eu queira quer não; de uma forma ou de outra vou ser infectado; curemos as nossas feridas antes que nos amputem os membros!
(a expressão ferida do outro é o título de um livro de um professor de economia italiano, Luigino Bruni, publicado em português pela editora Cidade Nova )
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