agosto 31, 2011





Era... um conto de natal



Era. Uma. Estrela. Miriógona. Colonizada por minúsculos losangos espelhados. Surgia durante o Advento e. Arrefecia o resto do ano aconchegada em papel de jornal. Só ela parecia reparar naquele receptáculo. Estava à sua altura. No pico de um Abeto. Olhava-lhe nos olhos e o que sugava projectava radiosamente naqueles que alcançava. Um raio de luz ardente perfurava a fronte de cada um dos pequenos habitantes daquele lar. De abandonados. Do Líquido. Miúdas caixas cranianas. Que se lhe abriam. E um caleidoscópio de cores, sons, cheiros e formas preenchia o sono daqueles sôfregos infantes: escorregar nos teus acordes melódicos; baloiçar nos teus tenros braços; deter-te em bombom no céu da boca; beijar-te nos beijos que me dás afagando-nos. Se soubesses quanto gosto de ti. Mãe. Queria-te sempre. Sempre. Por isso as noites eram melhores do que os seus dias. Era. Uma. Lâmpada. Eléctrica. Apaixonada. A quem o Astro Rei dava o lugar antes de se deitar e. Arrefecia com o despertar da luz do dia. 





Sem comentários:

StatCounter