setembro 20, 2011






INTRÓITO

Sejas tu quem fores, ao anoitecer sai
Do teu quarto, onde tu sabes;
Na distância a tua casa é a última, 
Sejas tu quem fores,
Com os teus olhos que, cansados, apenas
Se libertam do desgastado umbral
Ergues muito lentamente uma árvore negra
Que plantas diante do céu: esbelta e só,
E criaste o mundo. E é grande
Como uma palavra, que amadurece ainda no silêncio.
E como a tua vontade capta o seu sentido,
Os teus olhos libertam-no ternamente

(Rainer Maria Rilke "O livro das imagens", Relógio D'Água)






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