março 23, 2012




"(...) Aquilo que deseja o homem não pode ser trocado contra nenhum dos valores objetivos que é possível adquirir gerindo as suas pulsões. O Outro do desejo não tem preço, não é da ordem do representável, mensurável, comparável, nem da ordem do ter, é da ordem do ser e da falta de serEssa alteridade não tem valor mercantil - tem o rosto do Amor. Há em nós um desejo de ser ou de viver que nenhum alimento do mundo pode saciar. O que é desejado em nós não são tanto os objetos de que parecia termos necessidade mas aquilo que subjaz ao fundo de que vivemos, o dom da vida. Este dom não o podemos transformar em valor. É um dom que, sob um fundo de vazio, apela ao dom da presença. É neste presente que nos reconhecemos, feito da paciência ou da alegria dos encontros. (...)" (José Augusto Mourão)




(paisagens, Agnes Martin)



(texto e imagem retirados daqui - "Da quaresma à páscoa - Sexta-feira da quarta semana: Viver e morrer à míngua de alto" - http://www.snpcultura.org/da_quaresma_a_pascoa.html#sexta_feira_4)





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