"(…) Normalmente não
damos atenção a nós proprios, ao nosso ser;
a nossa mente está totalmente ocupada com outras coisas, pessoas e ideias, e
nunca connosco mesmo. Sê o centro das tuas atenções, torna-te plenamente atento
(aware) à tua existência. Vê como é que funcionas, quais os motivos e os
resultados das tuas acções. Estuda a prisão que construiste à tua volta por
inadvertência. Sabendo aquilo que não és, conseguirás conhecer-te. O caminho de
volta para ti mesmo é através da recusa e da rejeição. Uma coisa é certa: o que
é real não é imaginado, não é um produto da mente. Mesmo a sensação « I
am » não é contínua, muito embora seja um bom apontador, apenas nos mostra
onde procurar, mas não o que procurar. Simplesmente olha atentamente. Quando estiveres
convencido que não poderás dizer nada de verdadeiro sobre ti próprio
excepto « I am » e de que nada que possa ser apontado és tu, a
necessidade de « I am » chegou ao fim – já não precisas de verbalizar
aquilo que és. Tudo o que precisas é de te libertar da tendência de te
definir. As definições apenas se
aplicam ao corpo e às suas expressões. Assim que esta obsessão com o corpo
desaparecer, regressarás ao teu estado natural, um estado espontâneo e sem esforço. (...)" (Nisargadatta, « I am
that », pg 4)