Silvestre
Por entre as árvores da beira-rio
o relevo do seu segredo brando
um ramo um braço de vento acenam
à peregrina luz
Somos tão inocentes quando
ainda há fins escolares para celebrar
ainda há fins escolares para celebrar
Abraçados pelo bosque caminharam
até à enseada
procuravam então e perdiam
com igual generosidade
a única inocência de não ter um passado
quando molhados sobre a margem
de repente depararam com a maior imensidão
do tempo
(José Tolentino de Mendonça in A noite abre meus olhos)