Tonino, Tonino, Tonino...
CANTO 32
Há uns vinte dias pus uma rosa num vaso
em cima da mesa que está junto à janela.
Quando vi que as pétalas tinham murchado
e que estavam quase a cair
sentei-me em frente ao vaso
para ver morrer a rosa.
Esperei um dia e uma noite.
A primeira pétala caiu às nove da manhã
e coloquei-a nas minhas mãos.
Nunca tinha estado junto a um leito de morte,
nem sequer quando morreu a minha mãe.
Estava de pé, longe, no final da rua.
(traduzi este poema de Tonino Guerra a partir da tradução espanhola de Juan Vicente Piquerras em "Ciao, Tonino", no El País, um texto lindo de despedida do amigo que encontrei através da http://amontanhamagica.blogspot.pt/)