abril 09, 2012




Tonino, Tonino, Tonino...  


CANTO 32


Há uns vinte dias pus uma rosa num vaso
em cima da mesa que está junto à janela.
Quando vi que as pétalas tinham murchado
e que estavam quase a cair
sentei-me em frente ao vaso
para ver morrer a rosa.
Esperei um dia e uma noite.
A primeira pétala caiu às nove da manhã
e coloquei-a nas minhas mãos.
Nunca tinha estado junto a um leito de morte, 
nem sequer quando morreu a minha mãe.
Estava de pé, longe, no final da rua.



(traduzi este poema de Tonino Guerra a partir da tradução espanhola de Juan Vicente Piquerras em "Ciao, Tonino", no El País, um texto lindo de despedida do amigo que encontrei através da http://amontanhamagica.blogspot.pt/)







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