maio 11, 2012






Diante do Mar

Perante linhas que se despenham
numa desarticulação cadenciada
um pensamento, mesmo o mais trivial
coloca-nos no centro de uma tempestade
Um reino subterrâneo
avança a intervalos pela casa fora
emerge muito lentamente
o declive
que para sempre nos separa

Imagina que tudo isto ocorre antes do próximo
     inverno
E mesmo ao escurecer estás diante do mar
O mar como nunca antes o viste


(José Tolentino Mendonça, "O viajante sem sono", Assírio & Alvim)














(praia do guincho, 10 de maio de 2012)







4 comentários:

Antonio Poppe disse...

É isso Mana, era grande é grande será grande no mais ínfimo grão
tocado na dança imortal da sua música

absoluta.

josé luís disse...

nocturno e diurno. sempre.

mp disse...

indigo.

Ana Rita Seabra disse...

Sem palavras
lindo

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