maio 22, 2012









aos amigos



"A vida não é estática, mas extática, rumo a algo que está para além de si. O ser é êxtase, é devir, movimento, difusão de si, atracção. A vida avança por paixões, não por injunções. E a paixão nasce de uma beleza. 
Adquirir fé é adquirir beleza do viver: é belo amar, desposar-se, gerar, fruir a luz e os amplexos, saborear o humilde prazer de existir; é belo ser de Deus e, conjuntamente, do mundo; é belo esperar e estar só com o amigo, porque tudo se encaminha para um sentido luminoso e positivo, na finitude e no infinito. 
A vida não é ética, mas estética. No seu sentido literal, estético significa sensível; o seu contrário não é o feio, mas - à letra - o anestético, o insensível, o imóvel.
Todo o vivente tem uma vida afectiva, parte alta e forte da sua identidade, necessária para ser feliz. Podemos negá-la, mas não eliminá-la. A dimensão dos afetos, fundamental para o equilíbrio da pessoa, necessária para viver (se não amamos não vivemos; Jo 3,14), e para viver com alegria, é um autêntico lugar teológico: a amizade revela algo de Deus."


(Ermes Ronchi, "Os beijos não dados / Tu és beleza, a Amizade é a mais importante viagem", Paulinas, pag.19)











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