o que advém do texto é a construção da frase;
o que advém do espaço é o seu sentido;
o que advém da manhã é o sentimento de perca;
o que advém da noite é o recomeço da frase interrompida;
assim cogitando caminhava
e abri a porta que dava para o teu rosto legente.
Não disse nada, a ouvir nos teus olhos
o som da rua que entrava pelas janelas.
Sentei-me nos lugares dispersos do teu silêncio, e esperei
por ele
___ uniu-se a mim como o oxigénio e o hidrogénio
se unem em forma de água,
numa união tão rara, imponderável e banal
como os nossos corpos unidos a ler ___
voltaremos à imagem da água.
(Maria Gabriela Llansol, "Onde vais drama-poesia?", Relógio D´Água, pag.9)
ps. este sábado e domingo são as quartas jornadas llansolianas de Sintra,
programa aqui - http://espacollansol.blogspot.pt/
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