setembro 29, 2012





o que advém do texto é a construção da frase;

o que advém do espaço é o seu sentido;
o que advém da manhã é o sentimento de perca;
o que advém da noite é o recomeço da frase interrompida;
assim cogitando caminhava

e abri a porta que dava para o teu rosto legente.

  Não disse nada, a ouvir nos teus olhos
o som da rua que entrava pelas janelas.

  Sentei-me nos lugares dispersos do teu silêncio, e esperei 
por ele
___ uniu-se a mim como o oxigénio e o hidrogénio
se unem em forma de água,
numa união tão rara, imponderável e banal
como os nossos corpos unidos a ler ___

voltaremos à imagem da água.


(Maria Gabriela Llansol, "Onde vais drama-poesia?", Relógio D´Água, pag.9)



ps. este sábado e domingo são as quartas jornadas llansolianas de Sintra, 
programa aqui - http://espacollansol.blogspot.pt/









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