janeiro 16, 2013













Saber que a minha avó estava ali todos os dias
naquela casa
sentada naquele cadeirão verde
que já fora de muitas outras cores
e que sempre que eu quisesse
podia ir ter com ela
descansava-me

Era um lugar certo de pousar a cabeça

Perdê-la foi perder esse lugar
aonde sempre podia regressar

No final
o que fica 
é sempre um banco de jardim
e a possibilidade de nos empurrarem dali para fora

Mas viver é afinal isto:
não haver lugares seguros
onde encostar a cabeça
O contrário é a morte
Aí pousarás o tempo que for
a eternidade







4 comentários:

josé luís disse...

poema lindo :)

(e peço desculpa, mas um saco pingo doce é um dos lugares mais seguros do universo)

ars disse...

tenho saudades de olhar para esse cadeirão verde :-)
muito bonito!

mp disse...

:)) ps. jl, o conceito de segurança para um engenheiro quimíco deve ser diferente do de uma simples mortal.

mp disse...

ars, agora temos de ser nós a substituí-la no cadeirão, nós, a graça, o malia, a madalena, a mariana... :)

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