No desenho de modelo vivo não sinto o modelo como exterior a mim, trata-se sempre de um nós; o modelo que está à nossa frente e para onde o nosso olhar se dirige devolve ao papel, se o deixarmos, a mão que segura o lápis. E desenhamo-nos se nos encontrarmos naquele exacto instante.
Desenhar como quem se faz ao caminho, sem a preocupação de chegar a um lugar; não procurar um resultado, confiar: entregar o olhar, entregar a mão, entregar o braço, entregar o corpo todo àquele momento fora do tempo, porque não há tempo enquanto vivemos essa entrega total.
2 comentários:
a entrega sem tempo e com a mão solta o resultado é sempre surpreendente.
agora surpreendeste-me :-)
o desenho é lindo
querida ars foi um dia difícil, tinha a mão perra por ter estado dez anos sem desenhar, mas é sempre uma experiência muito rica de entrega ao momento... um beijo grande e obrigada pelas tuas palavras!
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